10 de julho de 2016

Ainda um sonho

(Imagem: Alma de Viajante)
Eu pensei muito antes de começar a escrever esse primeiro texto. Repassei tudo na cabeça centenas de vezes, escrevi e reescrevi os parágrafos. Há tanto que eu gostaria de dizer, tantas formas como eu poderia tentar passar a mensagem. Essa diversidade de possibilidades – de escrever, de ver, de sentir, de viver e transmitir os momentos – foi uma das principais coisas que me serviu de atrativo para escolher o curso de jornalismo. Isso porque uma das coisas que eu mais gosto é aprender, e a diversidade leva a infinitas possibilidades de aprendizado. Outra coisa que contribui com esse processo é o diferente; colocar-se em uma situação nova e precisar pensar em caminhos diversos para resolver problemas com os quais jamais se deparou. E é por isso que eu vou para a China.

Cerca de um ano e meio atrás comecei a estudar mandarim, pois havia finalizado o curso de inglês e tinha muitos horários vagos durante a semana. Naquele momento eu sabia que estava fazendo uma escolha que, de uma maneira ou de outra, mudaria minha vida. Não imaginava, porém, que significaria uma viagem de 6 meses à própria China – e ainda não imagino como essa viagem será.
Com o “grande dia” chegando, o que mais escuto é gente perguntando: “Está animada, Isa?”, e eu sempre respondo que sim, claro, mas para ser sincera eu ainda não processei o que está acontecendo. Faltam 3 dias. Meu visto ainda não chegou, as malas nem começaram a ser feitas e, no momento, o que não me faltam são motivos para querer ficar.
Toda vez que eu tenho um problema muito sério, costumo pensar comigo mesma: “Calma, daqui a 6 meses você nem vai se lembrar disso”, porque considero um semestre tempo suficiente para alguém mudar drasticamente e encontrar novos problemas e preocupações. A decisão de viajar foi tomada cerca de 6 meses atrás, quando eu estava passando por momentos difíceis e queria fugir, então a China pareceu longe o suficiente. Agora que os problemas se resolveram, preciso, todos os dias, encontrar uma nova razão para essa viagem, para deixar tudo que gosto parado no tempo enquanto vou para o outro lado do mundo. Não me arrependo da decisão e não pretendo desistir, porque mesmo que eu tenha mudado e não tenha mais as razões e certezas de antes, não sinto que seria certo deixar de fazer isso por puro capricho.
Talvez eu nunca encontre uma razão, ou talvez eu nem precise dela. Essa viagem vai ser uma daquelas experiências que se explica sozinha, ao ser vivida – e essas são as melhores. Antes eu costumava pensar demais no futuro, planejar demais, ansiar demais, e não aproveitar tanto o presente. Agora que finalmente consegui mudar isso, não crio mais expectativas e só me deixo surpreender. É claro que espero coisas boas da China: ajudar muitas pessoas, escrever muito, melhorar o mandarim, fazer muitos amigos, divertir-me bastante... Só não perco mais o meu tempo apenas imaginando, porque quando acontecer vai ser ainda mais especial.
Além disso, também terão momentos muito difíceis, nos quais eu possa considerar voltar para casa, mas desistir é algo que eu não costumo fazer – se tivesse feito, sequer estaria viajando na quarta. Prefiro ver esses momentos de sofrimento como oportunidades de aprender, pois, como diz um amigo, são as situações mais difíceis que nos deixam as melhores experiências (de amadurecimento, pelo menos). E também as histórias mais legais e engraçadas, principalmente quando se trata de uma pessoa dramática como eu. Então desde já garanto que, se tudo der certo, a partir do momento em que eu subir no primeiro avião já vou ter alguma história legal para contar, tanto pelo drama quanto pela minha necessidade de contar as coisas.
Como já disse na descrição desse blog, ainda não tenho um assunto definido, pretendo falar da viagem de uma forma divertida, que possa ensinar alguma coisa também (inclusive, vou fazer um post separado só para explicar o processo de inscrição no intercâmbio e essas partes mais chatas), mas também aceito sugestões. Isso, todavia, é algo que só saberemos quando eu estiver lá.
Não vou mais alongar essa introdução, afinal, as melhores partes estão para vir quando essa aventura verdadeiramente começar. Por enquanto é só uma possibilidade, um sonho, e se eu não imaginar demais, quando se realizar vai ser ainda melhor.

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