12 de março de 2016

As vítimas e os verdadeiros heróis

(Imagem: Hypeness.com.br)

Se grande parte da população já está se esquecendo do ocorrido, outra parte considerável se recusa a deixar o tempo apagar de suas mentes o que é considerado um dos maiores (se não o maior) desastres ambientais do país. Nessa série, meu foco maior foi em analisar a postura da Samarco e da grande mídia frente ao ocorrido, como as peças publicitárias da empresa pretendem construir sua nova imagem à base de exageros e frases vazias e o que, por fim, foi determinado como punição. Todavia, não posso deixar de pontuar as grandes ações que estão sendo feitas para evitar o esquecimento da tragédia e exigir uma retaliação enérgica da empresa.

O projeto #MeuRioDoce, criado pelo coletivo Jornalistas Livres, tem como objetivo dar voz às vítimas da tragédia e maior visibilidade à causa. De acordo com a descrição disponibilizada por eles em sua página do Facebook (que vale a pena acompanhar, devo dizer), o projeto surgiu porque: "É comum escutarmos que “o Brasil não tem memória”, e após o maior crime ambiental já ocorrido em solo brasileiro, é justamente contra a sina de, depois do alarde a tragédia cair no esquecimento, surge o projeto #MeuRioDoce". 


A partir de um site de financiamento coletivo, o projeto justifica seus objetivos e pede apoio para concretizá-los em prol de todos os afetados pelos resíduos tóxicos e da memória social: "A ideia é acompanhar as transformações contínuas da lama de rejeitos da barragem de Fundão que se rompeu no dia cinco de novembro do ano passado e ainda percorre o rio Doce, gerando impactos constantes às comunidades afetadas. Para os integrantes dessa rede coletiva, não teria forma mais adequada de se fazer isso senão pelas mãos daqueles que vivem às margens do rio, com registros diários in loco. A proposta, como apontam, é pautada na memória da comunidade.".


Com o dinheiro arrecadado, eles pretendem comprar materiais de audiovisual (smartphones), promover oficinas de comunicação com as vítimas participantes, dentre outras coisas. O interessante desse projeto, é que ele, literalmente, quer dar voz às pessoas afetadas, sendo elas co-produtoras do trabalho. Essa, porém, é só uma de suas vertentes. Outra pretende, por meio de fotografias doadas pelos moradores, compartilhar suas histórias e mostrar o antes e o depois dessa tragédia.

(Foto: Projeto #MeuRioDoce)
As imagens e suas histórias são muito impactantes e importantes para a História do país, pois no futuro essa tragédia será lembrada e, acredito, esses projetos serão muito importantes para contribuir com os estudos sociais do impacto dessa devastação. Sendo assim, mais uma vez convido vocês a curtir a página do projeto, conhecer melhor seu trabalho e, se for de seu interesse, contribuir financeiramente com a causa.

Além do projeto #MeuRioDoce, o documentário Rastro de Lama, que também está sendo produzido a partir do financiamento coletivo, procura, de modo diferente, dar visibilidade à mesma tragédia. "A ideia é documentar do início ao fim o desfecho dessa catástrofe e os caminhos percorridos pelos personagens atingidos, desde a destruição de Bento Rodrigues até a prometida reconstrução de uma Nova Bento", de acordo com a descrição de seu projeto no site Catarse. Eles acompanham ex-moradores de Bento Rodrigues e visam mostrar, de um modo que, pelo teaser e as descrições do projeto, já achei muito eficiente, como a Samarco está se posicionando e se a justiça está sendo mesmo feita.


Em sua página do Facebook, compartilham muitas informações importantes sobre o posicionamento da Samarco. Também vale a pena acompanhar!




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